O que há depois das sombras
- dudesiuffo
- 14 de jul.
- 1 min de leitura
Queridos leitores,
Também senti falta de escrever.
Foram meses emocionantes, com muitos e muitos acontecimentos, dos quais, quem sabe, eu venha a compartilhar com vocês em breve.
Há um detalhe, porém, que certamente preciso dividir: saí da caverna.
Em fevereiro, a tempestade me recebeu na terra da garoa com um guarda-chuva e uma promessa de que, enfim, havia me desacorrentado da caverna, ainda que as luzes estivessem ofuscadas pela poluição.
A realidade, porém, era muito mais feia do que as sombras eram capazes de mostrar: engarrafamentos sem fim, inundações que nos deixam ilhados, zumbis que te comem caso você ande do lado errado da escada rolante.
Apesar de tudo, sinto que finalmente estou no lugar certo.
Lembro de me dizerem que aqui só seria mais uma. No entanto, nunca me senti tão vista, tão única quanto aqui.
Ainda sou chamada de louca por aqueles que permanecem nas sombras, enfrento resistência sobre o meu real propósito fora das cavernas e frequentemente sou questionada sobre meu sucesso nas luzes.
Platão, pelo amor de Deus, não faz nem um ano que me desacorrentei.
Darei tempo ao tempo (afinal, eles passarão, eu passarinho). Pode ser que eu ainda esteja no período de adaptação à luz externa, cega e alheia à complexidade que me permeia. Independente disso, estou livre no mundo das ideias, em busca do conhecimento verdadeiro que sempre desejei.
Estou aqui. Eu consegui, Platão.

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