Era uma vez uma princesa. Não de 1743, já que ela não sobreviveria numa época em que as pessoas não tomavam banho direito nem tinham remédio para cólica. Então, uma dama de algum período no qual a medicina estava crescendo e já havia saneamento básico. Além disso, na época de vossa alteza, as mulheres ainda usavam corpetes e iam para bailes dançar ao som de uma orquestra ao vivo.
Como toda princesa, ela não teve uma infância fácil, nem conseguiu encontrar seu príncipe durante a adolescência, já que os meninos tomavam suco de uva de caixinha e sujavam a farda da escola com Clube Social. Entretanto, a princesa nunca perdeu a esperança de encontrar seu amor, nem de ter uma vida melhor. Ela também passou perrengues, escreveu mensagens de amor no Tumblr sem estar apaixonada, fez o que não queria... Por outro lado, apesar de a coroa ser pesada, nunca abaixou a cabeça diante das dificuldades e manteve a postura – mesmo com o joelho defeituoso.
Por dois dias, enfrentou o dragão Mene durante 5 horas. Batalhou pelo que queria. Criou asas com a pele do monstro e voou para longe de tudo que lhe acorrentava. Fez amizade com a fada madrinha e sua filha. Assim, encontrou uma saída da torre em que vivia.
Até hoje, não se sabe ao certo o que aconteceu com a princesa. Uns dizem que foi salva por um príncipe, mas essa história já é velha. No entanto, hoje a dama anda pelas ruas, não mais usando um vestido e corpete e sim disfarçando sua graça com um terninho e óculos fundo de garrafa. Dessa vez, a princesa salvou a si mesma.
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Se você não fosse a Cinderela, eu me sentiria a própria gata borralheira sendo salva pela melhor fada madrinha de todas, aquela que transforma abóboras em carruagens ou melhor, “pais, primos e tias” em um 920, acompanhada da sua filha que também possui um poder mágico, o de tornar qualquer momento juntas igual - e até mesmo melhor - que um chá da tarde observando a torre Eiffel, um mochilão pela Europa e um baile de máscaras com respostas afiadas para qualquer cantada, afinal, não somos princesas comuns! ❤️