H ama R!!

Sim, você leu certo! H ama R!!!

Isso é tão empolgante! Faz muito tempo que R não ouve um amigo lhe dizer isso! Faz tempo, também, que ela não diz "eu também te amo" para um amigo.

Calma, deixem-me recomeçar :)

R é uma pessoa muito difícil de lidar, pois não costuma expressar seus sentimentos e é muito fechada em suas relações (em outras palavras, ela é meio chata). Inclusive, dá até para contar nos dedos o número de vezes que ela se lembra de ter dito um genuíno "eu te amo", para um amigo durante a adolescência. Pois é! Foram apenas três amigos: A, S e eu.

Não a entendam mal. Para R, amar é um sentimento muito puro e forte para, simplesmente, desperdiçá-lo, com “eu te amo” jogado a qualquer pessoa. E olha que R nem conhece tanta gente assim… A maioria das saídas dela são comigo e/ou com A.

Embora R tenha outras amigas e amigos, o que ela sente por eles é um carinho, um gostar. É totalmente diferente da lealdade, da confiança e da intimidade que tem apenas comigo e com A (S, infelizmente, não está mais incluído, mas isso é história para outro dia).

Até que R conheceu H.

Eu não conheço H muito bem e, apesar de tê-lo encontrado poucas vezes, já consegui perceber o quanto ele combina com R. Ela sempre diz como é fácil conversar sobre qualquer coisa com H. Fala que ele é estranho (que nem ela) e tem grandes suspeitas de que H é sociopata (que nem ela). Além disso, H adora contar piadas politicamente incorretas (que nem ela).

R confia em H de uma maneira que eu não via desde S. Eu suspeito, inclusive, que ela compartilhe com ele segredos que nem eu, A ou S chegamos a saber (sério isso, R?!).

Por outro lado, até então, R nunca tinha considerado H seu melhor amigo. Considerava-o, apenas, um grande amigo. Ela não queria que esse "posto" fosse tomado por outra pessoa, pois, esse lugar sempre foi de S.

Ah, S…

S: aquele que era seu porto seguro. S: o único que, verdadeiramente, a conhecia. S: seu melhor amigo. S… hors concours.

S, contudo, não está mais na cena - contarei essa história outro dia, prometo!

R, porém, nunca colocou uma placa em seu coração escrito "vagas abertas", para que H pudesse ocupá-la. Essas coisas não se escolhem, simplesmente acontecem. Aconteceu com R e H.

Sabe... quando alguém a quem amávamos muito, de repente, não faz mais parte da nossa rotina, a parte do nosso coração que pertencia a essa pessoa também vai embora e deixa uma espécie de buraco no peito. Este vazio pode nunca chegar a ser preenchido de novo, já que este lugar possuía um dono e não ousamos substituí-lo por mais ninguém.

Entretanto, com o tempo, você faz novas amizades, fortalece outras, se apaixona… de modo que, aquela fenda, que antes parecia enorme, começa a diminuir à medida que as outras partes do seu coração vão sendo preenchidas e se tornam maiores, a ponto de transbordar. Mesmo que aquele pedaço esteja sempre guardado com carinho para alguém especial, em um dado momento, trocamos a ferida, o vazio e a mágoa que permeiam aquele buraco, por lembranças boas do período em que ele estava cheio… de amor!

E H... H foi o principal responsável por diminuir essa lacuna do coração de R até deixá-la do tamanho de uma rolha de vinho. Foi ele que, aos poucos, abriu um espaço enorme (no coração) de R e preencheu-o completamente. Ele mostrou à minha amiga um tipo de amizade diferente: mais madura, forte e divertida. H não só escuta R, como, também, compartilha seus sentimentos doidos e confusos com ela.

H ama R, de verdade!!

R também chegou à conclusão de que o sentimento é recíproco, justamente por sentir por H aquele amor puro o qual, durante muito tempo, sentiu apenas por mim, A e S. Não há malícia, segundas intenções ou qualquer outra coisa que não seja amizade. O que R vê nele é identidade: apenas coisa de melhor amigo.

Por enquanto, R e H são somente amigos. Por outro lado, honestamente, não duvido que um dia se apaixonem... Calma! Eles não pensam nisso (ainda).

Quem sabe, no futuro, quando, finalmente, perceberem que não há pessoa que combine com eles mesmos além de eles mesmos, pode ser que terminem juntos.

Até lá, terão única e genuinamente, philos.

When Harry met Sally - 1989