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dudesiuffo

Para Freud explicar

Nesse dia, você havia voltado para minha vida. De alguma forma, estávamos em uma estrada e você me ofereceu carona. Aceitei.

A viagem começou amistosa, com trocas de gentileza e educação. Éramos aquela dupla em sintonia novamente. Ou quase isso.

No meio do trajeto, porém, você não se conteve:

"Eu sei que você ainda sente algo por mim".

"Não" - eu nego. Não antes, contudo, de hesitar. Por que eu hesitei?

"Eu leio os seus textos, sei que são todos sobre mim".

"É mentira". É verdade.

"Não tente negar, sei que o sentimento ainda está aí. No momento que eu quiser, posso tê-la de volta".

"Claro que não." - Claro que sim?! Claro que não, sua tola!

A dúvida surge porque, apesar de ter partido o meu coração, ele, de algum jeito, ainda possui um espaço nas partes quebradas. É como seu eu ainda pudesse estar encantada por seu charme e pelo nosso amor que um dia foi bom. Mesmo depois desses anos, o sentimento, realmente, pode estar aqui.

"Mas não é por causa de uma conversa no meio da estrada, seu arrogante metido, que voltaremos a ficar juntos". Penso alto e, com isso, relembro porque não estamos mais juntos.

A mesma pessoa a quem eu amei se tornou a pessoa que eu não suportei por tempos. Há um motivo (ou vários) para a sua saída em minha vida. Ora, então não é num estalar de dedos, no momento que bem entender, que me terá de volta. Talvez, o que eu sentia por ele ainda viva em mim realmente. Este sentimento, porém, está adormecido, guardado em meu peito como uma lembrança, e não acordará nesta madrugada.

Pode ser que, com o passar dos anos, a sua personalidade tenha melhorado. Porém, neste momento, a imagem que vejo é a daquele menino prepotente, que sabia muito bem o efeito que tinha sobre mim e o usava a seu favor. Não é isso que eu quero para mim. Não de novo.

Você começa a falar algo, mas no mesmo instante aperto os olhos para fechá-los bem forte.

Acordo no susto. Olho para os lados e me encontro no meu quarto. Você não está aqui, não está mais em meu mundo.

Abraço forte a minha cachorrinha. É o que faço quando tenho pesadelo.



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