Nessa semana, ouvi que você me amava.
Não foi, porém, através das palavras que escutei o seu amor.
Foi, antes de tudo, no barulho do vento, a caminho da nossa primeira aventura juntos, enquanto o sal marinho rasgava nossa pele e ali, encontramos conforto no abraço do outro.
Na cacofonia das ruas, quando o toque da sua mão se fez silêncio e de repente éramos só nós dois andando pelas vielas.
Também escutei que me amava na nossa risada trocada diante das peripécias de Ieleda , no som das ondas do mar enquanto fugíamos da maré alta, da brisa leve que beijava nosso rosto, dos cantos dos pássaros anunciando o pôr do sol.
Foi ao susto de Oasis durante uma madrugada mal dormida…
Já havia percebido a presença do seu amor desde o início, tecido sutilmente nas experiências mais simples e cotidianas da nossa viagem. Não eram apenas passagens do dia a dia, mas sim verdadeiras declarações de amor, que, embora não ditas, foram profundamente sentidas.
Por fim, foi no escuro do quarto, ao som do ar condicionado - que havia prometido não fazer barulho - e da chuva torrencial que caía no lado de fora, debaixo das cobertas, abraçados para se aquecer do frio e prestes a fechar os olhos para aproveitar o dia seguinte.
As palavras chegaram aos meus ouvidos depois que o sentimento já tinha se instaurado no meu coração e escutar a sua promessa foi como ter finalizado um quebra-cabeças de 5.000 peças. Finalmente, encaixava a última peça de nós dois e pude admirar a imagem completa que se revelava: uma obra-prima em formato de amor.
Por isso, não hesitei quando disse “eu também te amo.”
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